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A DOR

A DOR

Dizem os estudiosos da alma que a dor é o instrumento maior de purificação do espírito. Brotando de fontes insondáveis dos tempos ela traz no seu bojo um cabedal de experiências que, só depois de senti-la, o homem percebe o quanto subiu na hierarquia da compreensão humana.

Quem quisesse perscrutar a origem da dor, e aqui apenas falamos da dor moral, se perderia em labirintos que dificilmente conseguiria uma saída. Perdido como numa noite escura não encontraria um ponto de luz a clarear-lhe o caminho.

Arrebentam-se contra o recife as águas bravias e doloridas da vida. Em vão os homens pedem às forças superiores do Universo que amenizem suas dores. Pensar numa sociedade sem elas, acredite leitor, é colocá-la no caminho da perdição total.

Os prazeres e os campeões da usura medram no íntimo dos seres humanos, mesmo com tamanhas dores a contornar-lhes a periferia. A fome clama por ajuda ao estômago faminto e a sede pede água para dessedentar as vísceras fustigadas. Com tanto desprazer do organismo o homem ainda encontra prazer na embriaguez dos sentidos, no sentir o gosto pela comodidade que a riqueza proporciona.

No entanto, apesar das enormes calamidades que assolam o mundo, as forças superiores do Universo não se cansam de alertar, seja no sopro de uma brisa suave a balouçar as folhas das plantas, seja no brilho das estrelas no firmamento, que o homem, individualmente, pode viver a vida sem dor. Apreciando as belezas da natureza, vivendo conforme os elementos naturais percorrem seu caminho harmonioso no mundo, os homens podem ser felizes copiando-lhes as expressões.

01/05/2015